Em maio, um amigo começou a responder mensagens que enviei há um ano. A gente tinha se conhecido no Brasil durante o estágio dele em uma agência alemã, que não durou muito devido a um contratempo familiar. Ele fez um breve retorno ao Brasil depois de ter que sair às pressas e prometeu voltar em 2017 por conta de uma música sobre o Piauí que ele aprendeu não sei onde e com a qual encasquetou a tal ponto que prometeu visitar o Estado em 2017.
Bom passado todo esse tempo, conversa vai, conversa vem, ele diz que está em Zurique e eu deveria vir visitá-lo porque já era início de verão e, portanto, melhor época para vivenciar a cidade. Acontece que eu estava com a cabeça cheia e disse que melhor seria que ele viesse ao meu encontro na cidade onde morava, próxima à Stuttgart. Em vão.
Parece até que eu tinha me esquecido a personalidade inquieta desse meu amigo: nascido e criado em Konstanz, na ponta da Alemanha e à beira do Bodensee, região de lagos no sul da Alemanha, ele insistia para que eu fosse em sua direção, pois poderíamos tomar café no apartamento da sua mãe, no centro da cidade, e no dia seguinte seguir para Zurique. Argumentei que não encontrava passagem barata, nem tempo bom - vi que iria chover na capital Suíça.
Ele disse, tudo bem, poderia vir até mim, mas só sossegou mesmo quando me convenceu a ir na direção contrária. E preciso agradecê-lo por isso. Muito.
Finalmente achei uma Mitfahrgelegenheit (sistema de carona comum na Europa que se paga mais ou menos - às vezes menos - do que ônibus, mas mais rápido) para o sábado de manhã e o avisei da minha decisão, que ficou bastante contente. A motorista era francesa, seu namorado mexicano e a outra carona uma alemã vegana. A viagem foi ligeira e repleta de bate papo sobre diferenças culturais entre nossos países, viagens e a vida. A alemã desceu um pouco antes de Zurique e eu segui com o casal até a capital. Lá, desembarquei próximo à estação central, onde encontrei meu amigo.
De lá fizemos um passeio rápido no centro, do jeito que gosto sem muito lenga lenga, e seguimos para seu apartamento. Ele preparou o almoço - adoro como alemães sabem cozinhar - e depois fomos ao encontro de um amigo dele da universidade com um casal bem mais velho que tinham conhecido durante sua viagem ao Irã. Ali pude ter uma ideia do sotaque alemão suíço. Sabe o inglês britânico? Então, só que em alemão! Hah!
O ponto de encontro era em um projeto de boteco ao ar livre, encrustado bem no centro da cidade. Explicaram-me a história: no início o bar era apenas um container, de onde se comprava cervejas e as bebia em algumas mesas e cadeiras, poltronas espalhadas por ali. Com o tempo, conseguiram autorização para acoplar outro container, que virou banheiro, puxaram um telhado e serve até hoje como um lugar bastante agradável para passar o tempo no verão. Não à toa o local se chama “Kleine Freiheit”, traduzido como "um pouco de liberdade" em alemão.
Dali, demos uma volta na Universidade e depois partimos para um BBQ - churrasco - na cobertura do apartamento de um dos seus amigos. Eu chamo de BBQ porque é muito diferente do meu conceito de churrasco, com suas salsichas e pedaços de peito de frango sobre a grelha, tudo muito individualizado. Não quero entrar em detalhes sobre como foi essa experiência, do churrasco em Zurique, mas basta dizer que adorei berinjela na grelha!
Como de costume, mais tarde partimos em busca de alguma festa, mas, como de costume também, não encontramos nada ou nada era do nosso agrado e acavamos voltando para casa. Não antes, eu e meu amigo, paramos em um parque no meio do caminho e conversamos por muito tempo ainda, sobre vida, política e experiências. Talvez um dos melhores momentos da viagem.
No dia seguinte e meu último naquela cidade, tínhamos um outro churrasco, que ele me prometeu ser menos 'traumático', na cobertura de outro amigo, desta vez próximo ao rio. E foi uma beleza, viu, gente? A começar que na ida e na volta, o trem, do tipo veículo leve sobre trilhos que sonho um dia termos no Brasil, contornava toda a margem do rio e o centro de Zurique, com suas ruas lo-ta-das de gente entrando e saindo nos cafés, restaurantes, patisseries, lojas, jardins, calçadas... um furor delicioso!
Chegando em nosso destino, bastou empurrar a porta e entrar, tirar os sapatos e esperar o longo processo de preparação de saladas, do peixe a ser grelhado e outros aperitivos para um outro tipo de churrasco. Enquanto isso, servida com um vinho, deixava meus olhos correr pelas paredes e poucos móveis de mais um daqueles apartamentos espaçosos que estive nessa temporada fora, habitados por jovens, preenchidos com apenas algumas pistas sobre suas personalidades e lifestyles.
Visitar cada um destes espaços, tanto da Alemaha oriental quanto Ocidental, na França e desta vez em Zurique me inspirou bastante quanto a como idealizo meu canto no futuro, mas isso é tema para outra postagem. Finalizo esta com a triste notícia de que não pude dar um pulo no rio nem participar do churrasco propriamente, porque precisava pegar minha próxima carona.
No percurso para a estação de trem, entendia aos poucos porque Zurique tão calma e tão fogosa exibia, com certa timidez e humildade, a razão pela qual está entre as melhores cidades para se viver no mundo.
Como de costume, mais tarde partimos em busca de alguma festa, mas, como de costume também, não encontramos nada ou nada era do nosso agrado e acavamos voltando para casa. Não antes, eu e meu amigo, paramos em um parque no meio do caminho e conversamos por muito tempo ainda, sobre vida, política e experiências. Talvez um dos melhores momentos da viagem.
No dia seguinte e meu último naquela cidade, tínhamos um outro churrasco, que ele me prometeu ser menos 'traumático', na cobertura de outro amigo, desta vez próximo ao rio. E foi uma beleza, viu, gente? A começar que na ida e na volta, o trem, do tipo veículo leve sobre trilhos que sonho um dia termos no Brasil, contornava toda a margem do rio e o centro de Zurique, com suas ruas lo-ta-das de gente entrando e saindo nos cafés, restaurantes, patisseries, lojas, jardins, calçadas... um furor delicioso!
Chegando em nosso destino, bastou empurrar a porta e entrar, tirar os sapatos e esperar o longo processo de preparação de saladas, do peixe a ser grelhado e outros aperitivos para um outro tipo de churrasco. Enquanto isso, servida com um vinho, deixava meus olhos correr pelas paredes e poucos móveis de mais um daqueles apartamentos espaçosos que estive nessa temporada fora, habitados por jovens, preenchidos com apenas algumas pistas sobre suas personalidades e lifestyles.
Visitar cada um destes espaços, tanto da Alemaha oriental quanto Ocidental, na França e desta vez em Zurique me inspirou bastante quanto a como idealizo meu canto no futuro, mas isso é tema para outra postagem. Finalizo esta com a triste notícia de que não pude dar um pulo no rio nem participar do churrasco propriamente, porque precisava pegar minha próxima carona.
No percurso para a estação de trem, entendia aos poucos porque Zurique tão calma e tão fogosa exibia, com certa timidez e humildade, a razão pela qual está entre as melhores cidades para se viver no mundo.
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