Rapidinha: Strasbourg

Começou assim:

Eu: Matheus, a gente tá indo pra França.
Matheus: Fechou!

Daí ele desceu de Heidelberg, onde estuda Filosofia e Estudos Indianistas, na sexta-feira e no sábado já estávamos a caminho de Strasbourg, uma cidade francesa a uma hora e meia de onde moro.

Na verdade, a região onde estou tem fronteira com a França e a Suíça. Nove meses morando aqui, nunca fui para nenhum dos países, mesmo que a distância não passe de duas horas de carro. 

Em uma conversa de Skype, meu pai e minha irmã disseram que não acreditaram que eu sairia daqui sem conhecer os países vizinhos. Uma colega da Polônia, recém-chegada do Japão, visitou a França em menos de uma semana na Alemanha. Disse-me que era realmente inacreditável que ela, em tão curta estadia, já tinha se debandado para lá e eu não. 

Foi aí que achei que era hora de fazer uma viagem rapidinha, essa de um dia, só pra descarregar a tensão do trabalho. Aproveitando que teria três dias de folga seguidos, decidi que meu destino seria pra fora da Alemanha, afinal ainda tinha essa pendência.

Apesar da espontaneidade da viagem, tivemos a mais pura sorte: a cidade estava em festa! Comemoravam o início do outono e, portanto, tinha feira da pulga (de objetos usados) com gravuras e parafernalha antiquíssimos, mas pra lá de interessantes; de comidinhas e vinhos: queríamos uma Flammkuchen (em alemão) ou Tarte flambée (em francês), mas tava em falta; então, fomos de um belo kirche, que estava para lá de bom. Andamos muito na beira do rio, o qual é um dos afluentes do Reno, sentamos na beira dele, vimos um pôr do sol digno de Brasília e briga de cisnes; voltamos a caminhar pela cidade e acamos encontrando a catedral de Strasbourg, uma das catedrais de Nodre D'ame. E digo uma coisa: é magnífica. Decidimos que voltaríamos à catedral e assim fizemos no domingo, com direito a subir sua torre de 72m!

E o melhor de tudo: com meu francês enferrujado e a inaptidão ou falta de vontade de falar inglês dos locais, nossa comunicação foi praticamente em alemão. Isto porque a cidade foi objeto de disputa por muitos anos entre a Alemanha e a França, ficando, finalmente, com a última.









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