5 tendências de consumo que podem ser revertidas em viagens


Viajar é um bem imaterial. É como o conhecimento: podem tirar tudo de você, menos aquilo que você adquiriu por meio de experiências vividas. Afinal, a cada destino, você sempre retorna com uma bagagem cultural muito maior do que quando saiu.

Quanto vale a sua próxima viagem?


Quando comecei a ir de um canto para o outro, muitas vezes de forma espontânea, amigos começaram a perguntar como eu fazia para viajar tanto - eu que sequer tinha um emprego público. 

Acho que conseguia essa façanha porque adotei um estilo de vida meio Mujica.

Explico.

Com o salário que tinha, eu precisava escolher entre comprar um carro e dividi-lo em prestações de 3 anos ou viajar longas distâncias pelo menos 3 vezes por ano. Adivinha o que escolhi? Cheguei a cogitar adquirir um carro, mas ponderei que carros quebram, precisam de seguros contra roubo ou acidente, consomem combustível e nossa paciência nos trânsitos cada vez mais longos e demorados. São, enfim, por demais custosos. Viagens, por outro lado, são "a única coisa que você compra e que te deixa mais rico", por são uma ótima fonte de desestressar, forma de conhecer pessoas novas e lugares maravilhosos.

Eu também poderia ter comprado um iPhone, claro, para me comunicar com meus amigos e tirar fotos de alta qualidade... da minha própria cidade! Ou poderia investir o dinheiro em uma passagem de avião de última hora, para Natal, como fiz em 2012.

Nunca fui ligada em acessórios de marca, quer seja de roupas, maquiagem ou bolsas, mas se fosse, pessoalmente pensaria uma vez antes de desembolsar grana em um desses itens que me custaria, em alguns casos, até viagem para fora do país. 

Por fim, confesso, nunca abri mão completamente de comer bem em restaurantes de pratos maravilhosos, mas preços bem salgados. Porém, passei a dosar meus gastos astronômicos com gastronomia para que pudesse saborear de perto a culinária de outros destinos.

Pensando nisso, isto é, nos benefícios de viajar versus bens de consumo, resolvi elaborar uma lista de 5 tendências de consumo que podem ser ser revertidas em viagens pelo Brasil e Mundo.

IPHONE 6 vs. HOSPEDAGEM EM HOTEL 5 ESTRELAS EM BARILOCHE



iPhone é um sonho de consumo de muitos, mas acessível para poucos devido ao seu alto custo. Alguns destinos internacionais também foram assim, coisa de rico. Aí veio a crise na Argentina e certa melhoria no padrão de vida do brasileiro, que descobriu que a Argentina é um ótimo destino, quase uma forma de se sentir mais perto da Europa, porém mais perto e barata. 

Enquanto o último modelo do aparelho mais cobiçado da Apple está saindo cerca de R$ 3.299, uma hospedagem de 8 dias e 7 noites no hotel San Carlos, com voos, café da manhã e assistência de viagem inclusos sai no valor de R$ 2.271 - e pode ser dividido em 5x sem juros. A oferta está disponível bem aqui!

Juro que tentei encontrar um pacote com 7 noites em um hotel 5 estrelas em Bariloche no valor do iPhone 6, mas não encontrei. O iPhone sempre saía mais caro! Eu juro!


BIG MAC vs. VIAGEM DE AVIÃO A ILHÉUS



Considerando que o Brasil tem o 4º Big Mac mais caro do mundo (R$ 5,28 em 2014), se você é fã do sanduíche e o consome pelo menos uma vez por mês, no final de um ano terá desembolsado cerca de R$ 253,44. Isso é menos do que um trecho para Ilhéus com a TAM, saindo de Brasília, no valor de R$ 159,50, sem taxas. Conheça a promoção aqui.

Já Ilhéus, ah, Ilhéus! 

Sede do aeroporto Aeroporto Jorge Amado, que é portão de entrada para destinos muito populares, como Itacaré, Ilhéus está localizada no sul da Bahia e abriga alguma das praias mais maravilhosas em que já estive. Aos 12 anos, estive hospedada no fabuloso Farol de Tororomba, essa belezura aqui.

Para quem não sabe, a cidade foi a musa inspiradora para os cenários dos romances de Jorge Amado, escritor baiano de obras mundialmente conhecidas como Gabriela, Cravo e Canela. Quem ama literatura já tem uma boa desculpa para fazer dieta de Big Mac, poupando o bolso e espaço no estômago para o tempero baiano ;).

PALETA DE BATONS MAC vs. DIÁRIA NO VIA CALDAS LACQUA diRoma



A paleta de seis batons da MAC da coleção Who's the DJ? custa R$ 149,00. Deve ser um sonho para muita garota louca por maquiagem. Acontece que é o mesmo preço de uma diária no hotel , com mais de 16.000 metros quadrados

Localizado no município de Caldas Novas, conhecido por ser a maior estância hidrotermal do mundo, o complexo L'acqua diRoma conta com piscinas de ondas, sauna, bar molhando, whirlpool, toboágua, parque aquático termal e muito mais. Saiba mais aqui.

A água que preenche as piscinas pelos demais hotéis, pousadas, chalés etc. espalhados pelo município brota naturalmente com temperaturas entre 43º e 70º. 

Amantes de ecoturismo também podem se debandar para a região, pois Caldas Novas encontra-se às margens do lago da represa de Corumbá e ao lado da Serra de Caldas.

Caldas Novas possui vôos comerciais regulares das empresas Azul e Gol, com conexões em Goiânia, Campinas e São Paulo. A cidade ainda possui uma ampla rodoviária integrada a um centro de convenções, com destinos a várias cidades de Goiás e do Brasil.

E para fechar, se ainda não consegui convencer as consumidoras vorazes de MAC que, por coincidência, gostem de sertanejo, aqui vai:  Caldas Novas hospeda o Caldas Country, um festival de música sertaneja que ocorre todos os anos na cidade geralmente no mês de novembro e é considerado o maior festival de música sertaneja do mundo. 

BOLSA LOUIS VIUTTON vs. BOLSA LOUIS VUITTON EM PARIS



Confesso que foi difícil escolher um modelo da Louis Vitton para comparar com porque, sério, você pode ir até a Europa e voltar com o preço de uma bolsa dessas. Então, escolhi um que acho básico, daquele que sempre vejo os camelôs vendendo a tonel na rodoviária na bagatela de R$ 15. Uma original, da China, claro, sai em torno de R$ 3 mil. Achei por bem sugerir uma ida à Paris, com Air France, por R$ 2.772 mil. Ai você dá um rolé pelos bairros bucólicos da capital francesa e, de quebra, comprar uma originalíssima nos brechós chiquérrimos. Você vai ver que na Europa essa onda de second hand é moda. Ainda mais agora, que tá na maior crise! Sem mais, fica a dica.

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Não estou dizendo que os itens listados acima são supérfluos, mas gostaria de inspirar o leitor a repensar esta forma de consumo que, como iPhones, ficam obsoletos ou gastos em menos de um ano a cada novo lançamentos. Chega um momento que a gente percebe estar investindo em coisas apenas porque fomos induzidos, cuja tendência será desvalorizada em tão pouco tempo.

Por outro lado, abrir um álbum esquecido e encontrar lembranças de uma viagem espontânea, sozinho, com a família ou amigos, não tem preço e ainda assim valem por uma vida inteira!

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