Artista chama atenção para selfies no Memorial ao Holocausto

Confesso que sempre achei no mínimo estranho as fotos tiradas no Memorial aos Judeus Mortos da Europa, em Berlim. Na minha recente visita à cidade, amigos sugerira ir até lá conhecer, mas recusei porque ainda não me sinto bem com a história, por várias razoes, uma delas o fato de ter visitado pessoalmente um campo de extermínio de pessoas com necessidades especiais. 

Tal qual Shahak Shapira, artista israelense, parece que não sou a única que se sente pouco à vontade com o comportamento insensível de turistas ou locais que, com frequência, posam para a câmera como se tivessem em um parque de diversões, na boate, em um clube ou no sofá da casa da mãe do Joana, e não em um local destinado para reflexão sobre as atrocidades cometidas no passado. 

Pois bem, chocado com as fotos de visitantes sorrindo, fazendo malabarismo ou ioga, tiradas em pleno Memorial e postadas no Facebook, Instagram, Tinder e Grindr, Shapira resolveu lançar o projeto "Yolocaust", no qual sobrepõe as poses com cenas registradas nos reais campos de concentração alemães, revelando a imagem óbvia do que "pulando em judeus mortos", legenda de uma das fotos, representa caso o local fosse visto sob o ponto de vista de quem reconhece o significado do lugar.

O nome do projeto é uma combinação de Holocausto com a gíria da internet "Yolo", acrônimo para "You only live once" ("Você só vive uma vez").




Confira mais fotos do projeto aqui.

Quem desejar ter sua imagem removida, deve escrever para undouche.me@yolocaust.de (douche é uma palavra em inglês para se referir a alguém como idiota, babaca, sem nocao. undouche me pode ser interpretado como "deixar de me fazer parecer idiota". Pesado, não? 😃)

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