4 tipos de amigos que viajam (muito)


Se você tem algum amigo que gosta muito de viajar, proavelmente ele se enquadra em um dos quatro tipos abaixo. Alguns dos relatos baseei em experiência própria, outros, em observações dos amigos no Facebook, claro! ;-)

Mas, cuidado, nenhum deles são excludentes, podendo ser encontrados em uma só pessoa!


1 "O cabeça aberta"


É, é cliché, mas é verdade. Se você tem um amigo que viaja com frequência (ou é o amigo que o faz), deve ter percebido que ele está mais aberto a superar, compreender e aceitar as diferenças. Ele não tem grilos, mas um argumento convicente de por que não vê problema em algumas religiões adotarem turbante para suas seguidoras, tudo com base no que ouviu da boca de uma delas durante uma de suas peregrinações. Por essa e outras experiências, não costuma ver o mundo sob lente alguma, a não ser a dos seus próprios olhos.

Não estranhe se ele citar Cervantes alegando que "andar por terras distantes e conversar com diversas pessoas torna os homens ponderados", pois lhe parece ser uma fisolofia de vida. De fato, entrar em contato com outras culturas, fora da nossa área de conforto, torna-nos mais tolerantes e amplia nossa percepção de mundo. Quer seja em nosso país ou noutrem.

As chances de se deparar com costumes que são muito diversos dos seus aumentam para aqueles que escolhem destinos fora da rota tradicional (leia-se Europa e América do Norte). Uma vez naquele novo lugar, onde comer com as mãos ou arrotar após a refeição é lei, requer-se a adaptação do ritmo local a fim de se aproveitar ao máximo o ponto que resolveu aterrissar no globo.

Ao fim de uma semana de viagem, o saldo pode ser bastante positivo, chegando à conclusão de que comer gafanhoto pode não ser tão estranho, mas crocante. Aliás, em situações como essa, você acaba reconhecendo que a sua própria cultura também é excêntrica. Meu chefe alemão não consegue entender porque sempre coloco banana na comida e sua primeira reação perante uma feijoada foi de total hesitação.

Em muitos casos, o rol de amigos do "cabeça aberta" inclui uma salada mista de feministas, militantes do LGBT, bem como frenéticos pela esquerda e pela direita política. Ah, e toda semana surge a notificação de que ele adicionou alguém de um dos cafundós do mundo.

2 "A mão de vaca"
Esta é muito fácil de identificar, pois reage sempre da mesma maneira nas seguintes situações:
  • Você chama pra ir na inauguração da boate da moda, ela não vai;
  • Pergunta se topa ir tomar capuccino na Starbucks, ela não quer;
  • Comenta que aquela grife do "ba-da-lo" está com precinhos "ótimos", ela finge que nem ouviu;
Além disso, a Microsoft já anunciou que não irá mais dar continuidade à produção de aparelhos da Nokia, mas a sua amiga "mão de vaca" ainda possui um dos primeiros modelos dessa marca de celular. Enquanto você e outros na roda de bar dão risadas de que ela vive na "Idade da Pedra" com isso que ela usa para telefonar, ela dá de ombros, toma um gole da cerva bem gelada com ar despreocupado, afinal, acabou de chegar de um rolé de um mês na Ásia. Você pergunta como isso é possível se ela, ainda por cima, compra roupa de segunda mão. A resposta é simples: nunca precisou escolher entre parcelar um iPhone 6 em 12 vezes ou um pacote de Dubai ao Tibet. De quebra, na sua carteira sempre tem notas em moeda estrangeira.

3 "O bicho de pé"

Esse tipo sofre desesperadamente de uma coceira no pé que só melhora quando ele põe o pé na estrada, na tábua e, em alguns casos, até os pés pelas mãos só para se ver em algum lugar distante, de preferência, perambulando. Em alemão, existe uma palavra que designa este sentimento: "Fernweh" que é o contrário daquela vontade de estar ou voltar para casa, isto é, "Heimweh". Falando em pé, Havaianas ou botas de escalada são seus calçados favoritos. Traz no pulso fitinhas de Bonfim e pulseirinhas do artesanato do Maranhão e uma tatuagem pequena no tornozelo com os dizeres: "fui ali". É comum que reclame que está precisando viajar, "conhecer novos horizontes", "pessoas diferentes" dias depois de retornar de uma expedição na Amazônia.


4 "A Viajada"


É mais fácil saber por onde "andará Carmen San Diego" do que esse tipo de amiga. Talvez estejam até tomando algum chá com ervas que colheram juntas nos campos da Hungria. Este tipo de amiga pode ter, contudo, três vertentes: a escancarada, a moderada e a reservada. Em comum mesmo, apenas que viajam dois terços do ano.

A escancarada

É aquela que posta 100 fotos, em sequência, do mesmo ponto turístico, logo após ou mesmo durante a viagem. Tem uma prateleira ou uma geladeira entupida só de lembrancinhas que trouxe de cada um dos destinos por onde esteve. Irrita-se com o vídeo zoação dos brasileiros na Disney, mas no fundo sabe que agiu do mesmo jeito (prova é que tem antena do Mickey no carro). Faz contagem regressiva no Facebook antes de partir e passa um mês lamentando que foi bom enquanto durou após o retorno. Segue mil blogues de viagens e compartilha toda e qualquer postagem sobre o assunto.

 A moderada

De vez em quando posta uma coisa ou outra de locais por onde passou. A gente sabe que tomou um café em uma boulangerie de Paris porque fez check-in. Curte timidamente fotos de amigos em cenários paradisíacos e comenta "Que legal! Onde é?", anotando-os em seguida para o próximo feriado. Publica, no máximo, 30 registros do que rolou na Eurotrip.

A reservada

Essa viajante ambulante travestida de "enclausurada" em pessoa já esteve na África do Sul aos 11 anos e na Romênia "na louca", mas você só soube por acaso, quando ela deixou escapar.
Desliga o GPS do Google e ignora quando o Facebook pergunta: "Onde você está agora?".
Você não sabe muito sobre seus hábitos como viajante, somente que compartilha fortes características do tipo "cabeça aberta".

★★★

E você? Identificou-se ou conhece algum amigo assim?! Compartilhe nos comentários abaixo!

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