Sei muita coisa sobre Brasília - tanta que até Lucio Costa duvidaria -
mas uma ainda desconhecia: que as árvores que a cidade abriga são
nativas dos demais estados como forma de representar cada um deles. No
entanto, como de praxe, essa informação está um pouco embelezada, para
não dizer distorcida.
Na verdade, depois de uma rápida pesquisa, o que encontrei foi que,
de fato, as espécies arbóreas espalhadas por toda a cidade são de outras regiões do país, mas são fruto do pouco conhecimento sobre o cerrado pelos técnicos, então responsáveis pelo processo de arborização da cidade à época da construção.
Como precisavam tomar uma medida o quanto antes para solucionar o problema, acharam mais rápido e conveniente plantar aqui espécies que crescessem rapidamente e oferecessem sombra e belas flores, já existentes em outros estados (ALENCAR, 2008).
Quando planejou a cidade, Lucio Costa previa que a vegetação original fosse preservada. Tratores e outras máquinas, porém, esmagaram o cerrado para dar lugar a casas e prédios, durante a construção da cidade. Em seguida, surgiu a necessidade de arborizar de novo a capital. Milhares de exemplares das mais diversas famílias e espécies fixaram raízes em solo brasiliense, à época da inauguração. Uma delas era a Spathodea campanulata, árvore de flor popularmente conhecida como xixi-de-macaco, vinda da África e muito usada em brincadeiras de criança. Fonte.
Eu ouvi recemente que esta espécie, inclusive, está ameaçada de
desaparecer de Brasília porque suas flores são carnívoras. Isso mesmo.
Elas estão devorando a população de abelhas, se não me engano, e, por
isso, serão retiradas sistematicamente do DF. Outra árvore que foi
importada do exterior é a Flamboyant, nativa de Madagáscar, na África.
Apesar de que em 1973, 50 mil árvores morreram devido,
obviamente, à má adaptação à secura do cerrado, pois muitas eram
acostumadas ao clima europeu, aquelas que sobreviveram tornaram-se,
assim como os azulejos de Athos Bulcão,
parte da vida de quem mora em Brasília: não tem como não se deparar com
elas no seu dia a dia. Basta caminhar pelas entrequadras ou mesmo no
Eixo Monumental para encontrar belas árvores. Muitas delas.
Um dos espetáculos de Brasília. Imagem: Raquel Fagundes |
Dependendo da estação, somos presenteados por frutas ou flores caídas pelo chão. Não é raro encontrar sob suas sombras, pessoas descansando, namorando, tentando tirar foto dos belos ipês ou andando aleatoriamente à caça de alguma fruta.
Aliás, há tanta árvore frutífera em Brasília que Manoel Cláudio e Roberta Maria, pesquisadores da Universidade de Brasília, elaboraram um guia de campo sobre as 100 árvores urbanas de Brasília depois de percorrerem quadras construídas na década de 1960 e nas décadas seguintes, até os anos de 2000.
Aliás, há tanta árvore frutífera em Brasília que Manoel Cláudio e Roberta Maria, pesquisadores da Universidade de Brasília, elaboraram um guia de campo sobre as 100 árvores urbanas de Brasília depois de percorrerem quadras construídas na década de 1960 e nas décadas seguintes, até os anos de 2000.
Com o guia, os pesquisadores querem ajudar na construção de uma identidade brasiliense. “A gente viaja e escuta um monte de gente dizendo que Brasília é a terra da manga. Mas a manga é indiana. Muitos que vivem aqui nem sabem dizer o que é ou não nativo. As crianças não aprendem na escola. O livro é uma boa oportunidade para conhecer um pouco mais sobre a nossa vegetação”, conclui Manoel. Fonte.
Uma estudante da Faculdade de Arquitetura da UnB, Gabriela Bandeira, também está preparando um mapa (que ilustra essa postagem) das frutas urbanas de Brasília. No mapinha, é possível consultar onde catar abacate, limão, goiaba, entre outras. De acordo com Gabriela, as frutas podem ser encontradas em lugares como a UnB, Parque da Cidade e até a W3 sul. No começo da Asa Norte, há vários pés de pitanga.
Saiba mais!
Árvores do DF
Árvores se enchem de frutos e mudam a paisagem de Brasília com as chuvas
100 árvores urbanas - Brasília - Guia de Campo
Estudante cria guia turístico com mapa de árvores frutíferas do DF
Especialmente para Sabina Schneider. =)
2 comentário(s)
No final da Asa Norte há vários pés de amora.
ResponderExcluirNo final da Asa Norte há vários pés de amora.
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